quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Sampa


"Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da doce poesia concreta de suas esquinas
Da deselegância discreta de suas meninas (...)
Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo, afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso o avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de Campos e espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva (...)"
Caetano Veloso
Faço minhas as palavras do velho mano Caê.
Sampa é tudo de bom!

Um comentário:

Unknown disse...

Cara, essa fotografia ficou muito boa! Ela mostra planos tonais bem definidos; desde os mais nítidos e claros do centro de SP, até os mais escuros da serra da cantareira. Muito legal1 Acho que foi tirada do alto do prédio do Banespa, não?