sábado, 14 de agosto de 2010

TUDO NA NATUREZA É PERFEITO

A COMPOSIÇÃO DAS CORES
A PROPORÇÃO ÁUREA
O VÔO DO PÁSSARO
O NADO DO CISNE
A SIMETRIA
A ORIENTAÇÃO
A INCERTEZA
A DUALIDADE
A TRANSCENDÊNCIA
O EQUILÍBRIO
A DIVERSIDADE
OS ESTÁGIOS
A POSE
O CONTRASTE
A TEXTURA
O PREDOMÍNIO
A PRECISÃO
O SENTIDO
A LÓGICA
A MUTAÇÃO
A DISPOSIÇÃO
O CICLO
AMPLITUDE
ESBANJAMENTO
REALEZA
LIGAÇÃO
HUMOR
GRANDIOSIDADE
CLAREZA
LEVEZA
TRANSLAÇÃO
ROTAÇÃO
RECARREGAMENTO
MAJESTADE
MAGNITUDE
SIMPLICIDADE
IMPROBABILIDADE
RELATIVIDADE
PERSPECTIVA
UNIDADE
PASSIVIDADE
PUREZA
POTENCIALIDADE
VOLATILIDADE
ATIVIDADE
HARMONIA
SELETIVIDADE
ESTABILIDADE
EXCENTRICIDADE
CORREÇÃO
CASTIDADE
SOLIDEZ
JUNÇÃO
FENÕMENOS...TUDO O MAIS PASSA A SER
VERDADE
SAÚDE
ALTERNATIVA
ANTÍDOTO
VARIAÇÕES ... ... OUTROS TEMAS:
ELEMENTOS: TERRA, FOGO, AR E ÁGUA
FASES DA LUA INFLUENCIANDO TUDO
O ORVALHO DA NOITE
BRILHO DE LUZ DO LUAR
BANHO DE CACHOEIRA
SABEDORIA DOS NATIVOS
GERMINAÇÃO DAS SEMENTES
REAPROVEITAMENTO
SIMBIOSE ENTRE A LUA E AS PLANTAS E OS ANIMAIS
FOTOSSÍNTESE
TRANSMUTAÇÃO DE LAGARTA EM BORBOLETA
CONDIÇÕES PROPÍCIAS
FONTES DE NUTRIENTES
CHEIRO DE TERRA MOLHADA
MELÃO MADURO, SAPOTI, JUÁ
CHÁ DE ERVA SIDREIRA
ÁGUA FRESQUINHA DE RIACHO
CEREJA MADURA EM TARDES DE VERÃO
CABE TUDINHO NO MEU CORAÇÃO
AS FRUTAS ME DÃO TUDO QUE EU PRECISO
O QUE ARDE, CURA. O QUE APERTA, SEGURA.
"Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
.

Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,

Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.

Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.

Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,

Se cada ano com a Primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam?

E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva."

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."

"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura... "

"A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão."

E olha devagar para elas.

"Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que pe
ca
Só quando, em vez de criar, seca."

"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena."

"Quer pouco, terás tudo.
Quer nada: serás livre." - Fernando Pessoa -



Gosto mais do alimento que procu

"Gosto mais do alimento que procuro

Na mata livre em que a voar me viste;

Tenho água fresca num recanto escuro
Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores."

- Olavo Bilac -

"Salve, sol glorioso ! Ao teu clarão fecundo,
A natureza canta e se extasia o mundo.

Abres com o teu calor as sebes perfumadas;
Dás flores ao verdor das moitas orvalhadas;

Os ninhos aquecendo, as gargantas das aves
Dás gorjeios de amor, e harmonias suaves;

E, cintilando sobre os tufos de verdura,
Em cada ramo põe uma fruta madura.

A noite é como a morte; o dia é como a vida.
Ó Sol, quando te vais, a alma vaga perdida ...

Os pensamentos mais são os filhos da treva:
Fogem, quando a brilhar, no horizonte se eleva

O Sol, pai do trabalho, o Sol, pai da alegria ...
Salve, anúncio da Vida, e portador do Dia !" - O SOL - Olavo Bilac -

Quando a noite cai, ficas à janela,
E contempla o infinito firmamento!

Vê que planície fulgurante e bela!
Vê que deslumbramento!

Olha a primeira estrela que aparece
Além, naquele ponto do horizonte ...

Brilha, trêmula e vívida... Parece
Um farol sobre o píncaro do monte.

Com o crescer da treva,
Quantas estrelas vão aparecendo!

De momento em momento, uma se eleva,
E outras em torno dela vão nascendo.

Quantas agora! ... Vê! Noite fechada ...
Quem poderá contar tantas estrelas?

Toda a abóbada esta iluminada:
E o olhar se perde, e cansa-se de vê-las

Surgem novas estrelas imprevistas
Inda outras mais despontam ...

Mas, acima das últimas avistas,
milhões e milhões que não se contam

Baixa a fronte e medita:
— Como, sendo tão grande na vaidade,

Diante desta abóbada infinita
É pequenina e fraca a humanidade!

- AS ESTRELAS - Olavo Bilac -

A Vida

por Olavo Bilac

Na água do rio que procura o mar;
No mar sem fim; na luz que nos
encanta;
Na montanha que aos ares se levanta;
No céu sem raias que deslumbra o
olhar;
No astro maior, na mais humilde planta;
Na voz do vento, no clarão solar;
No inseto vil, no tronco secular,
— A vida universal palpita e canta!
Vive até, no seu sono, a pedra bruta...
Tudo vive! E, alta noite, na mudez
De tudo, – essa harmonia que se
escuta

Correndo os ares, na amplidão perdida,
Essa música doce, é a voz, talvez,
Da alma de tudo, celebrando a Vida!