domingo, 27 de maio de 2007

Verdades sobre o tempo

Se o hoje já não é o ontem
E nem o amanhã é o agora,
Será que algum dia volta
Pra ser de novo outra vez
O que um dia foi embora?
Mas se o hoje já foi o ontem
E sai do agora o amanhã,
Se tempo nasce do tempo
O que será do que à tarde
Já era assim de manhã?

(Carlos Rodrigues Brandão)

MAS...O REI ESTÁ NU! Ex-rei.


...O REI ESTÁ NU!
Olha lá
Lá vem o Rei (a verdade)
Ele está nu.
Mas, ainda é Rei.
O Rei se veste com roupas de realeza porque é Rei?
Ou a roupa de realeza só é de realeza porque é do Rei?
Não sei...
Só sei que está nu o Rei.
...
Tudo é humano.
O sujeito e o objeto.
Os mitos.
De onde eu vim, para onde vou.
Os planos.
Quando naveguei
Perdi a inocência do tempo perdido.
Iluminei.
Quando mergulhei em busca
Da profundeza da matéria
Não sobrou nada
Apenas incertezas.
Afundei.
O que era perto ficou longe.
O que era longe era eu.
Quando me achei, me perdi.
O Rei que eu vi.
Me perdi.
Perdi o Rei.
Ex-rei.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

VERDADE, BONDADE E UTILIDADE...

As Três Peneiras de Sócrates

Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
— Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
— Espera — disse o sábio. Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
— Três peneiras? Que queres dizer?
— Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
— Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
— A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu:
— Devo confessar que não.
— A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
— Útil? Na verdade, não.
— Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti.

O LAGO DE LEITE


Em um certo lugar do Oriente, um Rei resolveu criar um lago diferente para as pessoas do seu povoado. Ele quis criar um lago de leite! Então pediu para que cada um de seus súditos levasse apenas um copo de leite; com a cooperação de todos, o lago seria preenchido.O Rei muito entusiasmado esperou até a manhã seguinte para ver o seu lago de leite. Mas, qual não foi a sua surpresa, no outro dia pela manhã, quando viu o lago cheio de água e não de leite. Consultou o seu conselheiro que o informou, que as pessoas do povoado tiveram todas o mesmo pensamento:No meio de tantos copos de leite, se só o meu for de água, ninguém vai notar...

terça-feira, 22 de maio de 2007

SABER E CEGUEIRA


O SABER E A CEGUEIRA: Affonso Romano de Sant'Anna.
Jornal O GLOBO, 20 de novembro de 2004.

Primeiro esta lenda: "Era uma vez uma praga que atingiu os mongóis. Os saudáveis fugiram, deixando os doentes e dizendo: 'Que o Destino decida se eles vivem ou morrem'. Entre os doentes havia um jovem chamado Tarvaa. O seu espírito deixou o corpo e chegou ao lugar dos mortos. O governante daquele lugar disse a Tarvaa: 'Por que deixaste o teu corpo enquanto ainda estava vivo?'. 'Eu não esperei que tu me chamasses', respondeu Tarvaa, 'simplesmente vim'. Comovido com a presteza com que o jovem obedeceu, o Khan do Inferno disse: 'A tua hora ainda não chegou. Deves retornar. Mas podes levar daqui o que quiseres'. Tarvaa olhou em volta e viu todas as alegrias e todos os talentos terrenos: riqueza, felicidade, riso, sorte, música, dança. 'Dá-me a arte de contar histórias', disse ele, pois sabia que as histórias podem congregar as outras alegrias. E assim retornou ao seu corpo e constatou que os corvos já lhe haviam arrancado os olhos. Como não podia desobedecer ao Khan do Inferno, reentrou no próprio corpo e viveu cego, porém conhecendo todos os contos. Passou o resto da vida viajando pela Mongólia, contando contos e lendas e trazendo às pessoas alegria e saber". Sintomaticamente essa lenda começa mencionando "uma praga que atingiu os mongóis" e termina revelando como o herói se tornou exemplar contador de histórias. A exemplo de "O Decamerão", de Bocaccio, várias narrativas se referem às pestes que antecederam o surgimento dos contadores de história. No caso da narrativa italiana, um grupo de jovens se refugia num determinado lugar por causa da peste e para passar o tempo eles começam a contar histórias. Narrar é uma forma de sobreviver e afastar a morte. Igualmente em "As mil e uma noites", as peripécias que Sherazade vai desfiando noite após noite é o seu estratagema para postergar a sua morte. No caso da lenda mongol, além da peste como elemento disparador dos fatos, há um dado singular: como todo personagem mítico, o herói Tarvaa transita entre a vida e a morte, como se não houvesse separação entre elas. É o herói mágico que vive no limiar, na fronteira entre dois mundos. Adentrou-se na morte, mas estava vivo. Não esperou que o chamassem para o outro lado - "simplesmente vim", diz ele, como se isso lhe fosse natural. E como uma espécie de prêmio ou reconhecimento lhe é conferido o direito de escolher o que quiser do mundo sobrenatural. Mas à semelhança de outros heróis míticos, ele recusa as riquezas e opta por algo bem mais modesto, algo que aparentemente é nada: contar histórias. Em dois outros extremos, um religioso e outro literário, poderíamos estabelecer um paralelo, com Cristo recusando tudo, toda a aparência de poder e brilho que o demônio lhe ofereceu do pináculo do templo ou, no episódio poético e metafísico da "Máquina do mundo" que apareceu ao poeta (Drummond) oferecendo-lhe também a solução de todos os enigmas. Nesses episódios, igualmente, há a recusa das aparências, do falso poder e do falso saber. E assim como na mítica biografia do Rei Salomão, que ao ser indagado, ainda jovem, o que mais queria, respondeu "sabedoria", o herói mongol optou também por um tipo de saber & poder imponderável: viver no fabuloso imaginário. Mas nosso herói, como nos mitos, por ter se apressado, como se tivesse cometido uma infração, é também punido. Enquanto dialogava com o Khan do Inferno, do lado de cá onde havia largado seu corpo, os corvos comeram-lhe os olhos. Mesmo assim ele reassume sua forma e seu papel no drama, pois sendo cego ele conhecia já "todos os contos" e levava às pessoas "alegria e saber". Ele não necessitava mais ver o exterior, a sabedoria iluminava sua vida interior. A cegueira e o conhecimento são dois termos que pontuam inúmeros mitos. Ao invés de se anularem, esses dois termos se potencializam. Édipo, por exemplo, na tragédia de Sófocles, nos dá dois elementos importantes para esta análise. Primeiro a peça se inicia descrevendo, a exemplo do mito mongol, o misterioso flagelo, "a pavorosa peste" que se abateu sobre a cidade. Em segundo lugar , um dos pontos altos da tragédia é quando ao "ver" que possuiu a própria mãe depois de ter matado o pai, Édipo cega-se assombrosamente. Dir-se-ia que cegou-se para não ver. Mas numa interpretação ultra-sofisticada de Heidegger, Édipo é aquele que se cegou para melhor ver a sua patética situação. Cegueira e (pré)visão. Do Cego Aderaldo repentista no sertão nordestino à Grécia esses termos se complementam. "Furaram os óio do assum preto prá ele assim cantar melhor", diz Luiz Gonzaga. Homero, diz-se, era um bardo cego. E é comum aqui e ali encontrar o profeta, o sacerdote, o xamã ou o pajé, sempre cegos, que de dentro de sua cegueira enxergam melhor que a corte ou toda a tribo. É assim que Tirésias, o adivinho que aparece em várias peças de Sófocles, sendo cego é o que pode narrar e prever. É ele quem revela a Édipo o que, antes de cegar-se, Édipo ignorava. Tome-se agora esse extraordinário livro "Meu nome é vermelho" (Companhia das Letras) do escritor turco Orhan Pamuk. A cegueira e a sabedoria são dois temas fortes dessa obra, que estabelece o confronto entre a maneira renascentista de pintar e o modo de conceber figuras e miniaturas nos impérios persa, mongol e turco. Aí, como se estivessem revivendo mitos, os pintores cultivavam a cegueira como forma de aperfeiçoar sua pintura. Assim, "a cegueira não era um mal, mas a graça suprema concedida por Alá ao pintor que dedicara a vida inteira a celebrá-lo; porque pintar era a maneira de o miniaturista buscar como Alá vê este mundo, e essa visão sem igual só pode ser alcançada por meio da memória, depois que o véu da cegueira cair sobre os olhos, ao fim de uma vida inteira de trabalho duro. Assim, a maneira como Alá vê o seu mundo só se manifesta por meio da memória dos velhos pintores cegos". Por isto no Islã antigo pintores apressavam sua cegueira pintando sobre uma unha ou grão de arroz, ou fingiam-se de cegos, pois só os sem talento precisavam dos olhos.Talvez, por aí, se possa começar a entender a opção que faz o artista entre o mundo imaginário, para ele mais real que o real, e o que os demais denominam como realidade. É preciso depois de ver, desver para que o real se realize.

Que a LUZ esteja contigo
Que a LUZ esteja à tua frente para guiar-te pelos melhores caminhos;
Que a LUZ esteja ao teu lado para ouvir-te e te consolar;
Que a LUZ esteja atrás de ti para protejer-te das armadilhas da vida ;
Que a LUZ esteja abaixo de ti para segurar-te e te levantar quando caíres ;
Que a LUZ esteja sobre ti para curar suas feridas ;
Que a LUZ esteja em ti para te abençoar e te deixar a paz.

"Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se você fosse viver para sempre". Gandhi

quarta-feira, 16 de maio de 2007

...Docere, delectare et movere. Cícero

Ensinar e fruir são os motores da compreensão e da ação. Não é possível mover as coisas, a não ser estando-se, de modo orgânico, ligado à própria natureza das mesmas, àquilo que certos especialistas do pensamento chinês denominam sua "propensão" natural.

"Tudo o que é dito, é dito por um observador" 1


"Cada objeto do mundo, amado por seu valor, tem direito a seu próprio nada.
Cada ser verte do ser um pouco de ser, a sombra do seu ser, em seu próprio não-ser. Então, na sutileza dos acordos que um filósofo de ultradevaneios percebe entre os seres e os não-seres, o ser do olho do gato pode ajudar o não-ser da vela.
O espetáculo de um Camões escrevendo no meio da noite era muito grande! Tal espetáculo tem sua própria duração. O próprio poema quer esperar seu término, o poeta quer alcançar sua meta. No momento em que a vela desfalece, como não notar que o olho do gato é um porta-luz? O gato de Camões certamente não se sobressaltou quando a vela morreu. O gato, este animal vigilante, este ser atento que observa dormindo, continua a vigília de conceder luz com o rosto do poeta iluminado pelo gênio"
- Gaston Bachelard in A chama de uma vela

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Meu Tempo é Quando...


Já decidi tomar a direção da minha vida
Ouvi a intuição e controlei os desejos
Que seja assim com o coração tranqüílo
Determinado eu sonho e as ações persigo
As emoções e as coisas mais naturais
São os meus mestres: devaneios e sons
Mas o silêncio me tornou muito mais real
E o mundo abre as portas para quem vê
Sabe o que quer e luta para tal
O caminho do meio vai direto ao ponto
Estou disposto a crescer e amar
Estou querendo cuidar do jardim
Procuro os motivos na água que corre
Na águia que plaina observo no ar
O cérebro que carrego no peito
é a cultura de tudo o que acredito
A ponte que me leva ao outro, o irmão
No espelho me digo: você vai voar
A escada, pros pés é uma extensão
Assim como a luz que enche meus olhos
Toda cachoeira começa numa simples gota
Quero ser tudo o que eu posso ser
O mestre mandou eu me preparar
Só precisamos de toda cobertura
Só precisamos meditar muito mais
Só precisamos educar nosso olhar
Só precisamos cativar uma flor
As estruturas sacudir no dançar
No por do Sol um bolero de Ravel
Apreciar um geito novo, o arrebol
Numa fogueira ver mais que madeira
Mais do que cinza, é a chama, o viver
O mestre mandou respirar bem fundo
Contemplar beleza num toque sutil
Ser confiável, sempre e quando sorrir
É ser amado mesmo quando estiver
Errado, pois aí, preciso de amor
Ser o que se é e fazer o que tem
Dar o melhor e ter o mundo amado
Nós e eu somos a mesma pessoa
Nós precisamos e eu acredito sonhar
Vou pra janela e descortino o luar
Nós alcançamos na manhã de novembro
Meu tempo é quando, a alvorada é soar
Meu tempo é quando, a liberdade é azul
Meu tempo é quando estou amando
Com uma flor na mão e um pau na outra
Vou seguindo aprendendo, meu tempo é quando.
Escrito em São Paulo, 01 de maio de 2007.
Silvino

Cósmica caminhada...

Percebeu o pássaro?...
E muitas vezes nos deparamos em nossos caminhos, cósmica caminhada, planetária existência, com o que está já pesado demais para carregarmos, que dificulta nossos passos em direção ao futuro, nos prende ao passado, com aquilo que está velho e ultrapassado e já não desejamos levar em nossa aventura, em nossa divina jornada de vida. E o que fazer? Como fazer para nos libertar?
Fogo, terra, água e ar... formam, deformam, constroem, destroem, limpam, modificam, purificam. Cada qual em seu tempo, cada qual em seu ritmo. O fogo mais rápido, forte, destrutor. O ar mais envolvente, benevolente, sedutor. A terra, mãe paciente, recicla, transforma, alimenta. A água, impaciente, renova, revolve, dissolve.

Fábula-mito do Cuidado


Fogo, terra, água e ar criam, nutrem, mantém, destroem e transformam pessoas, animais, vegetais, planetas, sistemas, galáxias, universos.
E para explicar o nascimento da humanidade em meio a essa dança sagrada do cosmos, culturas diferentes criaram diferentes mitos. Como a Fábula-mito do Cuidado:
Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma idéia inspirada. Tomou um pouco do barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que havia feito, apareceu Júpiter.
Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado.
Quando, porém, Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado, Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse imposto o seu nome.
Enquanto Júpiter e Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da Terra. Originou-se então uma discussão generalizada.
De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa:
Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por ocasião da morte dessa criatura.
Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa criatura morrer.
Mas como Você, Cuidado, foi quem, por primeiro, moldou a criatura, ficará sob seus cuidados enquanto ela viver.
E uma vez que entre vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura será chamada Homem, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil.
(Gaius Julius Hyginus, Fábula-mito do Cuidado, em Saber Cuidar - Ética do Humano, Compaixão pela Terra – Leonardo Boff).

O encantamento

O deleite, a "curtição", com o encantamento que surge repentinamente, inesperadamente frente a um detalhe, tomando a pessoa de surpresa. Algo que dói de tão agudo e penetrante, como se o observador tivesse recebido um golpe, uma pontada. Imagens e detalhes que vão surgindo ao olhar despojado, aberto e perceptivo, sussurrando algo que somente aquele observador poderá ouvir e entender (para um outro já será algo diferente ou apenas algo indiferente). Seria então, o processo presente em um determinado tipo de olhar, aquele que ao perceber "esquece" o nome da coisa, do objeto e simplesmente se permite "curtir" essa visão, fazendo com que a surpresa, o encantamento ou o assombro participem desse momento, que assim, se torna especial e particular.

Caminhando...

Porque é caminhando que se faz o caminho.
Esta paisagem é a grande protagonista, uma paisagem construída no branco que nos transporta à idéia de vazio. Neste mundo de poluição visual em que estamos imersos este vazio é necessário para limpar o olhar e entrar dentro de uma paisagem mais introspectiva.
A paisagem é também protagonista milenar na pintura oriental que trabalha intensamente com a idéia de vazio. O olho do observador deve completar o vazio, o pintor nunca deve mostrar tudo, mas deixar espaço para a imaginação e o mistério. O vazio faz parte da pintura como o silencio da música. Mostrar demais é sempre vulgarizar e as imagens orientais são sutis.
Na história da pintura ocidental, ao contrário, a paisagem é um motivo muito mais recente e veio proporcionar o surgimento da pintura abstrata. Os primeiros pintores abstratos do início do século XX foram paisagistas.
Foram mostradas muitas imagens de fotos tiradas no local e de pinturas ocidentais e orientais que mostram a relação entre paisagem e abstração e que mostram também como vemos com outros olhos as paisagens que já conhecemos através da pintura.
O desconhecido sempre tem um poder de mistério perturbador. E, através da contemplação da paisagem o observador vai se tornando mais sereno e passivo. Já não teria mais como readaptar-se à paisagem que deixou.
Podemos até nos transportar para essas referências que procuramos nos lugares que almejamos, dessa separação entre o lugar real e o lugar de sonho, a terra e o sol, o conhecido e o imaginado, o concreto e o abstrato, o interno e o externo.
As pegadas que deixamos e nos encaminhamos para os obstáculos sombrios, nos compensa com a luz após a travessia.

Pássaro e cor...


Por onde passar, devemos ser como este pássaro: lindo, colorido, deixando sua marca, suas cores. Eis o sentido de viver: tornar a vida mais bela, mais fácil de suportá-la. Emocionar, emocionar-se como o que faz. Sentir o que é feito.
Tudo em que colocamos emoção fica mais fácil de lembrar. Foi comprovado cientificamente que quando passamos por situações boas ou ruins, nosso cérebro libera uma série de substâncias químicas que ligam o acontecimento a essa emoção.

Explicando: como fazer...

“A MAGIA QUE SÓ OS HOMENS SABEM FAZER” ( Henfil)

Um abacateiro dá abacates, uma mangueira dá mangas, uma girafa dá girafinhas, uma nuvem dá chuva, e o homem?
Em princípios ele geraria sempre outros homens apenas. Mas há uma diferença entre o abacateiro, a mangueira, a girafa, a nuvem e o homem.
O homem é o único ser da natureza que tem condições de fazer algo mais que caçar, dormir e uivar como os outros animais.
Se quiser, o homem pode voar como um pássaro, pode nadar como as baleias e, principalmente, pode ser eterno.
A ARTE é a mágica que faz os homens se transformarem em seres inteligentes, capazes de criar de um ovo um omelete, de um tecido uma fantasia, de um barulho uma música.
O importante é que ele goste, mas goste muito do trabalho que ele escolheu para fazer.
Apenas assim ele consegue ser capaz de criar a fruta mais gostosa:
A FELICIDADE.
E isto cada um tem que conseguir sozinho, ninguém poderá ensiná-lo porque, como diz o cacique Apoena:

“UMA ÁRVORE NÃO PODE ENSINAR OUTRA ÁRVORE A CRESCER”