sábado, 25 de agosto de 2007

Poesia da imagem

A genialidade da criança e a imagem da desumanização.
Tanto o homem de gênio como a criança
estão respectivamente infensos às restrições da razão
e da sensibilidade puras.
Fantastica poesia.
O grande artista, contudo, é aquele que usa a razão para buscar o novo,
e que mantém vivo o olhar curioso da criança.
A junção entre a capacidade de ver o novo e de analisá-lo
são fundamentais para a formação do verdadeiro gênio moderno:
Mas o gênio é somente a infância redescoberta sem limites;
a infância agora dotada, para expressar-se,
de órgãos viris e do espírito analítico que lhe permitem ordenar
a soma de materiais involuntariamente acumulada.
É a curiosidade profunda e alegre que se deve atribuir
o olhar fixo e animalmente estático das crianças diante do novo...
No que toca a esse aspecto lúdico da linguagem:
Imagens não passam de incontinências do visual.
Relacionando-a à questão do olhar infantil,
a forte presença da relação entre poesia e visualidade
tem a ver com a multiplicidade do visível,
das inúmeras maneiras de ver o mesmo objeto e de imaginá-lo.
A imagem poética não é a experiência comum do ver,
o que interessa em poesia são as incontinências.

Um comentário:

Unknown disse...

O menino fazendo xixi no capacete do soldado é emblemático. A inocência x discordância.